Agnès Andrée Marguerite Troublé é uma estilista francesa nascida em Versalhes em 1941.
Se formou na Escola do Louvre em Paris. Aos dezessete anos chamou a atenção da revista Elle em uma mercado de pulgas, onde vendia roupas com um estilo único e despojado, e começou a trabalhar como editora-assistente para a mesma.
Depois de dois anos decidiu que preferia trabalhar com o lado criativo da moda e demitiu-se. Logo em seguida começou a trabalhar para Dorothée Bis como estilista, compradora e assessora de imprensa. Também passou a trabalhar como freelancer.
Em 1966 fundou a CMC (Comptoir Mondial de Creation), a marca mãe de sua futura marca Agnès b.
Em 1975 abriu sua primeira loja onde costumava ser um açougue. A loja era decorada de maneira rústica e continha um aviário que permitia pássaros trafegarem a vontade.
Em 1981 ela começou a trabalhar com roupas masculinas, após notar que os homens estavam comprando suas roupas femininas para eles mesmo usarem.
Suas roupas ficaram famosas por parecerem usadas e “sem estilo”, como ela acreditava que deveriam ser. Agnès b. ficou conhecida como uma estilista “cult”, que vendia roupa para aqueles que não queriam ser fashion e estilosos, como por exemplo operários franceses. Muitas de suas roupas, no começo de sua carreira, eram inspiradas nos mesmos, chegando a pegar emprestado até mesmo os tecidos dos quais seus uniformes eram tradicionalmente fabricados. Usou tais uniformes remodelados e retingidos, adicionando as coleções blazers de couro preto e t-shirts listradas em tecidos usados para fazer uniformes de rugby. Como resultado ela acabou criando roupas atemporais com simplicidade de cortes e estilo.
Não interessada em vestir a elite, Agnès b. acha que a roupa não deve esconder ou falar mais alto que quem a veste. Inspirada nas pessoas comuns, suas roupas são relaxadas, costumam manter as rugas naturais dos tecidos naturais e vir em cores básicas, como o preto. Também usam modelagem simples e no geral conseguem traduzir a ethos hippie de forma elegante e chic, unindo talento a bom senso.
Outro diferencial é o de que costuma desfilar duas coleções ao ano, mas continua a adicionar novas peças as coleções ao longo do ano. Também mantem algumas peças básica sempre disponíveis, pois acredita que o cliente quer certa estabilidade.
Suas lojas também acabaram famosas por si só, todas decoradas mais ou menos da mesma maneira, de forma limpa sem muita decoração com excessão de posters de film-noir, dos quais ela gostava muito. Suas vitrines também tem um jeito peculiar, não usam manequins e dispõe as roupas penduradas por cabides e os acessórios estrategicamente espalhados pelas mesmas.
Em 1999, após ser atraído por uma de suas vitrines e ter se encantado pelo interior e conteúdo da loja, o cineasta Harmony Korine fechou uma colaboração artística com a estilista.
O interesse de Agnès b. por outras formas de arte não começou aí. Em 1984 ela havia aberto uma biblioteca/galeria de arte em Paris chamada “Galerie du Jour”, que expos artistas como diversos grafiteiros famosos, dentre eles estão: A-one, Futura 2000, Henry “Banger” Benvenuti, Sharp, Bazooka, Bad BC, Echo et Mode2, BBC (Bad Boys Crew), Ash, Skki et Jayonedont, Les Tétines Noires, les Frères Ripoulin. A galeria que também funcionava como biblioteca possui uma filial no Japão.
Nessa mesma época também criou a revista periódica “Point d’ironie”.
Depois de se aventurar no cinema, Agnès chegou a se envolver com outros projetos cinematográficos, e acabou dirigindo dois documentários. Seu envolvimento com o cinema resultou na criação da produtora de filmes “Love streams productions agnès b.”
Por fim, além de ser um ótima artista, Agnès também ficou conhecida por ser uma boa empresária, lidando ela mesma com o outro lado de sua marca. Ao invés de vende-la para um conglomerado do mercado ela preferiu manter-se só, já que acreditava que se vendesse sua marca, o estilo próprio de suas roupas logo sumiria.
Hoje ela possui lojas espalhadas pelo mundo, e sua marca vende roupas para crianças, homens, mulheres, além de acessórios e de possuir uma linha de perfumes.
Um detalhe interessante sobre ela é o de que, em 1985, se tornou cavaleira pela Ordem Nacional do Mérito (francesa) e passou para o posto de oficial em 1997; a Legião da Honra francesa também a tornou cavaleira em 2000.
Desfile Agnès b. feminino de Primavera/Verão de 2020:
Outono/Inverno feminino 2013:
Primavera/Verão masculino 2015:
Confira:
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Bibliografia: Callan, Georgina O’Hara; Enciclopédia da moda de 1840 à década de 90 / Georgina O’Hara Callan ; verbetes brasileiros Cynthia Garcia : tradução Glória Maria de Mello Carvalho, Maria Ignez França – São Paulo : Companhia das Letras, 2007.
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